28/06/2010

Visão das coisas

Judeu holandês de origem portuguesa, o afável e enigmático Baruch Spinoza goza de um dos destinos póstumos mais estranhos na história da filosofia. Ainda em vida, foi considerado um herege perigoso pelo judaísmo e pelo cristianismo e taxado como “o mais ímpio ateu que já pisou sobre a terra”. Trata-se de uma ironia colossal, pois a essência de sua obra é uma metódica obsessão por Deus.
Para Spinoza, as agruras humanas são produto de uma ilusão de ótica: dominados por emoções irracionais, enxergamos as coisas separadamente e nos deixamos atordoar pelo espetáculo da destruição e do aparente absurdo da vida.
O caminho que conduz à beatitude é áspero e íngreme, mas pode ser árduo aquilo que tão raramente se encontra, pois se a salvação estivesse à disposição e pudesse ser encontrada sem maior esforço, como explicar que ela seja negligenciada por quase todos? Tudo o que é precioso é tão difícil quanto raro (desfecho da sua obra Ética).
Fonte: texto de José Francisco Botelho na revista Vida Simples.
Grato por este agora e um bom caminho!

Nenhum comentário:

Postar um comentário