29/10/2012

Ouvir: um exercício


Ouvir é fundamental, é exercício de solidariedade ao alcance de qualquer um desde que se dispa das vestes do orgulho  que nos leva a querer interferir na experiência alheia, apontando rumos e decidindo conflitos. Não temos o direito de ingerência e muito menos de abortar o crescimento na vida alheia, mas ao interferir no processo de crescimento — que por vezes dói e nos faz gemer desejando que alguém ouça nosso lamento e apenas nos acalante junto de si — é o que acabamos por realizar. Saímos desses encontros crentes de que fizemos muito. Ledo engano! Não fizemos nada senão abortar o progresso que dava sinais de nascer. Ouvir é ciência que exige aprimoramento pessoal, profunda noção de respeito e sensibilidade com a dor alheia. Pode acontecer que, por vivermos em níveis evolutivos distintos, o sofrimento de alguém nos pareça pueril, tolo, exagerado, sem razão de ser, mas é a dor dele, a que pode suportar, sabe onde o machuca, e que sem aprender não vai superar. Ao contrário, a solução mágica, vinda de fora, apenas con­denará o fato a repetir-se. Falar é a um só tempo o exame e parte da cura das dores que abrigamos em nossas almas; ouvir é ajudar a encontrar o caminho... A Morte é uma Farsa...
Grato por este agora, um bom caminho e fique bem!

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