Ouvir é fundamental, é exercício de
solidariedade ao alcance de qualquer um desde que se dispa das vestes do orgulho
que nos leva a querer interferir na experiência alheia, apontando rumos e
decidindo conflitos. Não temos o direito de ingerência e muito menos de abortar
o crescimento na vida alheia, mas ao interferir no processo de crescimento —
que por vezes dói e nos faz gemer desejando que alguém ouça nosso lamento e
apenas nos acalante junto de si — é o que acabamos por realizar. Saímos desses
encontros crentes de que fizemos muito. Ledo engano! Não fizemos nada senão
abortar o progresso que dava sinais de nascer. Ouvir é ciência que exige
aprimoramento pessoal, profunda noção de respeito e sensibilidade com a dor
alheia. Pode acontecer que, por vivermos em níveis evolutivos distintos, o
sofrimento de alguém nos pareça pueril, tolo, exagerado, sem razão de ser, mas
é a dor dele, a que pode suportar, sabe onde o machuca, e que sem aprender não
vai superar. Ao contrário, a solução mágica, vinda de fora, apenas condenará o
fato a repetir-se. Falar é a um só tempo o exame e parte da cura das dores que
abrigamos em nossas almas; ouvir é ajudar a encontrar o caminho... A Morte é uma
Farsa...
Grato por este agora, um bom caminho e fique
bem!
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