26/04/2010

Diluir para consumir

O amor na lógica consumista tem por propósito maior obter o máximo possível de contatos sexuais, em detrimento da qualidade e da profundidade das vivências. Basta dizer que está na moda o ato de “ficar”.
Esta soma de prazeres sensórias, que nunca satisfazem os desejos do ser humano contemporâneo, pois não gera um estado de satisfação duradouro na afetividade do indivíduo. Apesar de toda a liberdade sexual que conquistamos tal fato não favoreceu de modo algum o enriquecimento das nossas relações amorosas.
Este amor produzido pela tela de um computador evita a intimidade invejável com a presença do parceiro, pois se esta relação torna-se enfadonha, basta apertar algum botão e excluir para sempre o contato dessa pessoa da lista.
Devemos lembrar que o ser egoísta é incapaz de amar o outro, mas tampouco é capaz de amar a si mesmo, venerando em si a máscara social que ele utiliza como instrumento de fuga de si mesmo de sua própria pobreza existencial.
Tudo isso tem origem em uma necessidade narcisista que coloca de lado o bem-estar genuíno proporcionado pelo AMOR.
Lembro que a mídia, ao invés de motivar na coletividade social a busca efetiva por mais cultura, utiliza-se do potencial consumidor do indivíduo para continuar exercendo o seu poder controlador sobre as massas.
Fonte: revista Filosofia, artigo sobre Zygmunt Bauman.
Grato por este agora e um bom caminho!

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