27/12/2009

Emerge o Ser Humano


Mas é somente nos tempos modernos que se passa a pensar vida e morte como nitidamente opostas. E isto não causa surpresa. Com a modernidade, aprofundam-se velhos dualismos e novos se instauram. Nós, "senhores e possuidores da natureza", como dizia René Descartes (1596-1650), nos afastamos do mundo e dele nos diferenciamos. Entendendo que "saber é poder", como dizia Francis Bacon (1561-1626), ao mundo nos opomos e sobre ele queremos exercer nosso controle e domínio.
"O homem livre não pensa em nada a não ser na morte; e a sua sabedoria é uma meditação não sobre a morte, mas sobre a vida", nos lembra Espinosa. Assim começa o reino do humanismo; como diria Heidegger, o homem se torna o centro de referência para o mundo e a região mesma de onde procede toda e qualquer medida. E, ao lado das separações que se estabelecem entre homem e mundo, cultura e natureza, sujeito e objeto, outras se instalam e se consolidam no próprio homem: alma e corpo, espírito e instintos, consciência e impulsos, razão e paixões.
Bom caminho!

Nenhum comentário:

Postar um comentário