Nós podemos coisificar o mundo emprestando a diversos elementos a propriedade das coisas. Em princípio nada há de errado em dar predicativos de coisas a pessoas. Pois nas coisas vive-se o que se chama humanidade e, com o tempo, passou a acreditar que seria somente assim.
O problema é quando desaprende-se as pessoas, passando a lembrar das coisas, como de lembranças de quem partiu. Objetos deixados por uma pessoa podem falar mais dela do que a própria pessoa nos disse enquanto esteve conosco.
Eufemismo é algo em moda hoje. Não dizemos mais velho, mas pessoa da melhor idade; não dizemos mais cego, mas pessoa com deficiência ou necessidades especiais; empregada doméstica virou secretária.
Lembro que nem todos dominam o ofício da linguagem. Alguns se perdem e acabam expressando coisas que nada têm a ver com suas intimidades e às vezes nem sabem disso. Podem avaliar que expressaram exatamente o que pensaram.
Agora, tudo muda de foco se eu conheço razoavelmente estes aspectos e constato que posso acrescentar uma esperança, que é necessária à pessoa pelo que ela está vivendo. Simplesmente utilizando uma metáfora como o do Pequeno Príncipe:
- Que é preciso fazer? – perguntou o pequeno príncipe.
- É preciso ser paciente – respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás um pouco mais perto…
Fonte: revista Filosofia.
Grato por este agora e um bom caminho!
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