26/01/2010

Atores da vida real


A seguir transcrevemos um fragmento da tese de Dalva Irany Grüdtner, sobre Violência Intrafamiliar contra a criança e o adolescente: reflexões sobre o cuidado de enfermeiras, a qual recomendamos sua leitura.
Entretanto, nós negociamos e somos moldados pelos papéis porque, na condição de seres humanos, nós podemos elaborar ativamente e escolher, até certo ponto, o que fazer, isto é, moldarmos nossos papéis. Os papéis não resultam só da expectativa dos outros, mas também das nossas próprias. É por meio do que fazemos que definimos nosso papel, e por meio da interação que os papéis são formados. É aí que se abre espaço para a liberdade de alguma criatividade. O papel, em certa medida, é independente de nós: as expectativas estão lá, e somos moldados conforme as mesmas. Porém, apesar de os indivíduos negociarem seus papéis, não se deve subestimar o poder dos outros na definição dos mesmos.
Assim, cada um de nós “é um grande número de pessoas”, cada qual associada a uma posição de status. Nós nos tornamos nossas posições de status, pensamos sobre nós mesmos em termos dessas posições e anunciamos essas posições aos outros no modo como atuamos no mundo: “Isto é, o que eu sou”. Os outros são influenciados a atuar em relação a nós segundo este conhecimento.
O poder social é a capacidade de fazer valer a nossa vontade em relação à vontade de outros. Esta capacidade pode ser potencial, efetiva e exercida, e está presente em todos os relacionamentos. Por sua vez, o oposto de poder é a impotência, isto é, ser impotente significa não ter poder em relação a outros. Representa a incapacidade de alguém em resistir eficazmente quando outros exercem o poder, e não tem capacidade de influenciar a direção da organização social, inclusive da sociedade. A impotência leva à dependência e à exploração de outros.
Bom caminho!

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