Quando a tecnologia e o dinheiro tiverem conquistado o mundo;
quando
qualquer acontecimento em qualquer lugar
e a qualquer tempo se tiver tornado
acessível com rapidez;
quando se puder assistir em tempo real
a um atentado no
ocidente
e a um concerto sinfônico no oriente;
quando tempo significar apenas
rapidez online;
quando o tempo, como história, houver desaparecido
da
existência de todos os povos,
quando um esportista ou artista de mercado
valer
como grande homem de um povo;
quando as cifras em milhões significarem triunfo,
- então, justamente então -
reviverão como fantasma
as perguntas:
para quê?
Para onde?
E agora?
A decadência dos povos
já terá ido tão longe,
que quase não
terão mais força de espírito
para ver e avaliar a decadência simplesmente
como…
Decadência.
Essa constatação nada tem a ver
com pessimismo cultural,
nem
tampouco,
com otimismo…
O obscurecimento do mundo,
a destruição da terra,
a
massificação do homem,
a suspeita odiosa
contra tudo que é criador e livre,
já
atingiu tais dimensões,
que categorias tão pueris,
como pessimismo e otimismo,
já haverão de ter se tornado ridículas.
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